ENTRE A CRUZ E A ESPADA

Cruz e Espada: veladas alegorias transformadas em ensinamentos simbólicos que nos remete a priscas eras. Ao tempo da Idade Média eram ausentes líderes cristãos no campo político e religioso. O poder espiritual era exercido somente pela Igreja que na figura do papa, o seu pontífice, dominavam as nações. O campo político ficava concentrado nas mãos dos soberanos e dos nobres espalhados por toda a Europa. Como resultado os conflitos eram constantes, fruto da ambição de uma área invadir o espaço da outra em suas atribuições. Comum era, portanto, o choque da ditadura estatal (apolis) contrária à religião, como postulado da consciência individual. Partindo dos duelos verbais, surgem as Cruzadas união da Cruz e da Espada ensejando cruéis batalhas contra os fiéis muçulmanos e judeus na conquista da Terra Santa. Um período de violência cristã e de martírios.

Um rei considerado cristão, da dinastia germânica dos Hohenstaufen, destacou-se nesse cenário pelo seu modo filosófico de ver as coisas. Diferente de seus antecessores, notadamente seu avô Frederico I o Barba Roxa foi Frederico II (1194-1250) a frente do Sagrado Império Romano que soube evitar confrontos violentos (políticos e religiosos) chegando a encantar o Papa pela grandiosidade e nobreza de seus feitos. Dotado de grande inteligência Frederico II falava diversos idiomas entre os quais, o árabe e o grego, já que o francês, o alemão e inglês era do cotidiano da corte.

Como iniciado no Sufismo islâmico, detentor dos mistérios templários e conhecedor da cabala era hábil contestador do poder papal. Sua guarda pessoal era composta de sarracenos que não podiam ser excomungados pela Igreja dada sua condição de muçulmanos.

Tendo organizado a sexta Cruzada (1228-1229) Frederico II firmou um pacto com os teutônicos (antigo povo germânico) e os Cavaleiros Templários (Tratado de Jaffa) que o aclamaram imperador do mundo. Ele substitui a Espada pela Aliança. Através de esforços diplomáticos foram reconquistadas Jerusalém, Nazaré e Belém, ficando o Santo Sepulcro e a Palestina com os muçulmanos.

Como consequência, na marcha contra Jerusalém, observou-se um fato misterioso: ao invés de oferecer resistência ou combate, os príncipes mulçumanos entregam-lhes as chaves da Cidade Santa aclamando-o soberano do Ocidente e do Oriente. O imperador estava entre irmãos. Assim ele foi provavelmente o único líder político do ocidente cristão a quem foi atribuído poderes divinos, diante de sua reconhecida autoridade espiritual.

Em 1740 ascendeu ao trono da Prússia (povo germânico) outro Frederico II, este chamado de “O Grande”, rei Maçom, o “déspota esclarecido” (dinastia dos Hohenzollern) que ao final de seu governo (1786), legou para a posteridade a codificação Rito em 33 graus.

Estes são prolegômenos credenciais de introdução ao Rito Escocês antigo e Aceito para irmãos das lojas Simbólicas, convidando-os a prosseguirem com os estudos filosóficos, os chamados graus superiores, os degraus do Supremo Conselho, capitaneado por um Soberano grande Comendador.

Não permita Irmãos, que a maçonaria seja uma casca, algo de superfície. Penetre no âmago do amor fraternal que ela dissemina para ter um maior alcance na emancipação do espírito. A vida espiritual é regida pelo mistério.

Valfredo Melo e Souza, MI

Publicado no Correio Filosófico, Nº 54, de Março 2013, disponível em https://bancadosbodes.com.br/correio-filosofico-no-54-marco-2013/

~ por Banca dos Bodes em 11/06/2020.

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